As principais leis que atuam nas dinâmicas familiares parecem ser:
- Todos têm direitos iguais de pertencer ao seu sistema familiar;
- Há uma hierarquia na ordem de nascimento. Os que nasceram primeiro têm precedência sobre os que vieram depois;
- Os pais dão e os filhos recebem;
- A figura masculina ocupa a primeira posição na hierarquia, mas “trabalha” a serviço da figura feminina;
A violação destas leis pode ocorrer, de forma não intencional, de muitas maneiras:
- Quando bebés são abortados, ou não se faz o luto pelos natimortos ou não se fala mais neles (não se reconhece a perda, não se expressa a tristeza sentida pela perda);
- Quando crianças ou adultos jovens morrem e não se faz o luto por eles;
- Quando os filhos são doados para adoção e não se fala mais nos pais ou neles;
- Quando os pais adotivos não reconhecem os pais biológicos dos filhos adotados;
- Quando ex-parceiros ou relacionamentos importantes não são reconhecidos e honrados nos casais;
- Quando relações extraconjugais são mantidas em segredo;
- Quando vivências relacionadas com guerras não são lembradas e os mortos honrados;
- Quando há segredos de família
- E muitas, muitas outras…
Quando qualquer das situações acima acontece, os efeitos são sentidos por muitas gerações, às vezes, duas ou três gerações depois. Esses efeitos manifestam-se sob a forma de suicídio, depressão, esterilidade, doenças físicas ou mentais, ou ainda dependência química. Frequentemente sem que se tenha a menor consciência do que aconteceu nas gerações anteriores.
A violação da ordem natural do sistema causa o que o autor chama de emaranhados. As crianças começam a tornar-se como os pais, envolvem-se com as questões que dizem respeito aos pais, sofrem, elas próprias, na crença de que assim os pais sentir-se-ão bem. À medida que crescem, com frequência sentem raiva e alguns tentam rejeitar a própria família, numa tentativa de viver uma nova vida, separadamente. Às vezes, mudam-se para o outro lado do mundo para desvencilhar-se das questões familiares, mas isso não funciona. Quando permanecem ligados a suas famílias desta forma, não estão livres para seguir seus próprios caminhos e, ao formarem um novo lar, nunca conseguem estar totalmente disponíveis porque ainda estão presos aos pais.