Como decorre?
O método da constelação é muito simples no seu processo. O terapeuta pede ao cliente que posicione, de acordo com a sua imagem interna, figuras significativas relacionadas à questão ou a necessidade apresentada por si. São, por exemplo, pessoas mais íntimas da sua família de origem: ele próprio, os pais e irmãos, às vezes apenas o cliente e os pais ou o cliente e um sintoma.
Para representar, o cliente escolhe certos bonecos representantes do grupo e posiciona-nos no espaço, sempre em silêncio. Isto deve ser feito a partir de um movimento “interior”, portanto, isento de julgamentos, sem escolher um determinado período da sua vida e sem imaginar determinadas cenas que poderá ter vivenciado. Simplesmente deixa-se conduzir por um impulso interno indiferenciado e por uma atitude amorosa. Normalmente é preciso haver clareza sobre quem representa uma determinada pessoa da família ou algum sintoma, como o “medo” ou alguma entidade abstrata, como o “segredo” ou a “morte”.
Eventualmente o terapeuta solicita ao cliente informações sobre os factos da sua família, para sentir a sua “força anímica” e saber com que representantes poderá começar a constelação. Quanto menos souber o terapeuta tanto mais relevante será para o cliente. Contudo, em regra, é apenas através de informações essenciais que uma constelação recebe o impulso para a sua condução.
Depois de posicionar os representantes, o cliente aguarda em silêncio olhando para a imagem. Após algum tempo de centração, o terapeuta pede ao cliente que expresse os seus sentimentos, emoções, eventuais perceções e sintomas corporais. A partir daqui o cliente tem total liberdade para fazer pequenos movimentos, pequenas alterações apenas seguindo “impulsos de movimento” ou então o terapeuta combina o movimento espontâneo dos bonecos com perguntas ou frases.
Desta maneira, o conhecimento que a “alma” do cliente tem sobre a sua família e sobre as forças que nela atuam torna-se visível e experienciável para o próprio cliente e para o terapeuta. O fundamental é que o movimento dos bonecos, e as suas diferentes imagens, conduza o processo a um final que traga libertação e reconciliação, a uma “imagem de solução”.
Como termina?
A constelação fica em paz quando, as partes ali representadas se “reencontram” com respeito e amor, os excluídos sejam reintegrados e onde cada um pode agora assumir o lugar que lhe compete.
Frequentemente, além do movimento dos bonecos, as soluções requerem, ainda, um ritual, por exemplo, uma reverência ou uma frase curta entre entre o cliente e determinadas partes, para que fique claro para o cliente o que o prende e o que o alivia no sistema.
Ocasionalmente numa constelação (individual ou em grupo) deparamo-nos com um limite. O limite do próprio cliente, ou o limite do sistema que estamos a constelar. Nessa altura devemos respeitar o limite e terminar a constelação. Pretende-se por um lado respeitar o cliente e o seu sistema; e por outro ser fiel à metodologia que assenta no pressuposto de que não devemos interferir através dos nossos desejos de solução, e sim respeitar a realidade tal como se apresenta. Neste caso, e ainda assim, a constelação torna-se valiosa porque permite esta conscientização e que o cliente futuramente amadureça e cresça dentro do seu próprio limite.
Recomendações:
A constelação não decorre apenas porque o cliente quer ou porque alguém lhe recomendou que fizesse. É necessário reunir condições internas para que o tema tenha força e só assim poder avançar com a constelação. Em alguns casos fica claro que o tema não tem força e depois do cliente informado a sessão é interrompida, sem qualquer tipo de julgamento ou de significado. Faz parte do processo.
É fundamental que o cliente saiba minimamente qual a proposta da constelação e o que o pode esperar. Recomendamos sempre que antes de uma primeira constelação o cliente se informe ou tente até participar da constelação de outras pessoas nas sessões em grupo. Faz parte do processo.
Recomendamos também que o cliente recolha informações importantes sobre a sua família ou até mesmo que elabore a sua árvore genealógica como trabalho prévio. Acontecimentos na família como: crianças que morreram, abortos, pais que morreram cedo e deixaram crianças, participação em guerras, filhos não perfilhados, outras famílias em segredo, existência de ex relações importantes dos pais, dos avós, etc..
Modalidade Presencial ou Online
As sessões individuais também podem ser feitas a partir de casa na modalidade online e com a mesma qualidade de uma sessão presencial. Para esta modalidade sugere-se a utilização da plataforma Zoom.