O método da constelação é muito simples no seu processo. O terapeuta pede ao cliente que posicione, de acordo com a sua imagem interna, figuras significativas relacionadas à questão ou a necessidade apresentada por si. São, por exemplo, pessoas mais íntimas da sua família de origem: ele próprio, os pais e irmãos, às vezes apenas o cliente e os pais ou o cliente e um sintoma.
Para representar, o cliente escolhe certos participantes do grupo e posiciona-nos no espaço, sempre em silêncio. Isto deve ser feito a partir de um movimento “interno”, portanto, isento de julgamentos, sem escolher um determinado período da sua vida e sem imaginar determinadas cenas que poderá ter vivenciado. Simplesmente deixa-se conduzir por um impulso interno indiferenciado e por uma atitude amorosa. Normalmente é preciso haver clareza sobre quem representa uma determinada pessoa da família ou algum sintoma, como o “medo”, ou ainda alguma entidade abstrata, como um “segredo” ou a “morte”.
Eventualmente o terapeuta solicita ao cliente, no início do trabalho, informações sobre os factos da sua família, para sentir a sua “força anímica” e saber com que representantes poderá começar a constelação. Quanto menos souberem os representantes, tanto mais relevante será para o cliente. Contudo, em regra, é apenas através de informações essenciais que uma constelação recebe o impulso para a sua condução. É surpreendente verificar que no decurso da constelação os representantes guiam-se mais pelo que sentem do que pelas informações do cliente ou pelas suas suposições.
Depois de posicionar os representantes, o cliente senta-se. Após algum tempo de centração, o terapeuta pede aos representantes que comuniquem o que sentem, eventuais perceções e sintomas corporais. Eventualmente pode pedir-lhes que expressem os seus sentimentos apenas seguindo impulsos de movimento ou então combina o movimento espontâneo dos representantes com perguntas ou frases.
Desta maneira, o conhecimento que a “alma” do cliente tem sobre a sua família e sobre as forças que nela atuam torna-se visível e experienciável para o próprio cliente, para o terapeuta e para todos os participantes do grupo. O fundamental é que o movimento dos representantes conduza, através da descoberta da dinâmica anímica da família, a um final que traga libertação e reconciliação, a uma “imagem de solução”.
A constelação fica em paz quando, as partes ali representadas se reencontram com respeito e amor, os anteriormente excluídos são reintegrados e cada um pode assumir o lugar que lhe compete.
Quando a dinâmica e o caminho da solução ficam claros, o cliente é muitas vezes introduzido pessoalmente na constelação para sentir, no seu próprio lugar, o sistema reconciliado ou reordenado. Frequentemente, além do movimento dos representantes com vista ao futuro, as soluções requerem, ainda, um ritual, por exemplo, uma reverência ou uma frase curta entre determinadas pessoas ou entre o cliente e determinadas partes, para que fique claro para o cliente, através das frases, o que o prende e o que o alivia no sistema.
Ocasionalmente numa constelação (individual ou em grupo) deparamo-nos com um limite. O limite do próprio cliente, ou o limite do sistema que estamos a constelar. Nessa altura devemos respeitar o limite e terminar a constelação. Pretende-se por um lado respeitar o cliente e o seu sistema; e por outro ser fiel à metodologia que assenta no pressuposto de que não devemos interferir através dos nossos desejos de solução, e sim respeitar a realidade tal como se apresenta. Neste caso, e ainda assim, a constelação torna-se valiosa porque permite esta conscientização e que o cliente futuramente amadureça e cresça dentro do seu próprio limite.